Entre as inúmeras mudanças provocadas pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo, podem ser observados os efeitos no Mercado de Seguros no Brasil. Além dos impactos diretos na economia, chama a atenção a mudança de perfil ocorrida entre os consumidores, fruto direto dos acontecimentos recentes na Saúde.
Ao mesmo tempo, algumas modalidades de seguro, como Vida e Residencial, se mostraram particularmente mais procuradas. Nesses casos, parecem ser reflexos diretos da maior permanência em casa e da preocupação com os falecimentos inesperados, noticiados a todo momento, induzindo a um comportamento mais preventivo.
Continue a leitura e conheça um breve panorama sobre o Mercado de Seguros no Brasil atual.
A incidência de impactos na economia, em razão da pandemia de COVID-10, ao longo dos dois últimos anos foi marcante em quase todos os setores. O segmento de seguros, embora tenha percebido o efeito como todos os demais, ainda fechou o ano de 2020 com um pequeno aumento, se comparado ao ano anterior.
Nesse sentido, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), amplamente divulgados pela mídia, nos primeiros 8 meses de 2021 houve um incremento de mais de 14% no faturamento, comparado ao mesmo período do ano anterior. A modalidade que mais apresentou crescimento foi a de seguro de vida, com mais de 17% de crescimento na demanda.
O início da pandemia fez com que o primeiro trimestre de 2020 apresentasse, de fato, um resultado desastroso, com reduções significativas nos contratos. No entanto, a alta resiliência do setor permitiu que essa queda inicial fosse logo recuperada na segunda metade daquele ano.
Além disso, não foram impactos ocorridos apenas no desempenho econômico: a nova realidade trouxe consigo novas oportunidades de negócios. Desse modo, diferentes modelos e perfis, assim como novas demandas e novos requisitos de seguros pessoais dinamizaram o setor.
Ao longo dos primeiros meses de 2021, o Mercado de Seguros continuou apresentando crescimento mais intenso, sinalizando uma expansão para os próximos anos. Então, o que poderia estar por trás desse impulso?
Uma das mais importantes origens desse resultado é a tecnologia e os reflexos de sua incorporação nas rotinas. Na verdade, trata-se de um processo de transformação digital em curso há algum tempo e que está se consolidando com as soluções online e os aplicativos específicos que oferecem, além de prontas respostas, entre outros.
Por sua vez, comportamentos preventivos e a sensibilização para sua importância vieram à tona com as perdas provocadas pela ausência repentina de entes queridos. Assim, cuidado e proteção se mostraram indispensáveis para a minimização de riscos e o fortalecimento da capacidade de suportar as ocorrências inesperadas.
Por essa razão, a sociedade está mudando, até mesmo por uma questão de sobrevivência. Com isso, observa-se uma significativa alteração no perfil dos novos consumidores interessados em seguro, como você pode ver a seguir.
As mudanças promovidas pela pandemia no comportamento do consumidor parecem mesmo ter vindo para ficar, isto é, não se apresentam como um reflexo de algo pontual que logo deverá voltar ao que era antes. No caso do interessado em seguro, o perfil de fato já é outro.
Nesse sentido, alguns aspectos têm se mostrado constantes sempre que são observados os novos comportamentos desde o início da pandemia. Assim, é possível perceber uma tendência crescente para:
Além desses aspectos, outra mudança chama a atenção. Trata-se do crescimento da procura pelas modalidades Seguro de Vida e Seguro Patrimonial, ambas apresentando maior interesse aos potenciais segurados.
É importante considerar o papel do Sandbox regulatório do Mercado de Seguros. Esta é uma iniciativa da Susep com vistas à modernização do setor, como já utilizado em outros países, como Inglaterra e Índia.
Desse modo, facilitando que a tecnologia se instale na área de seguros, um elenco significativo de benefícios para o consumidor é oferecido. Novos níveis tecnológicos podem ser alcançados pelo segmento de seguros, assim como novas frentes de negócios, com coberturas mais amplas e indenizações mais rápidas.
É de se registrar que, em alinhamento com o Governo Federal, a Susep determinou que os registros de reclamações dos consumidores fossem realizados diretamente na plataforma governamental (consumidor.gov.br). Assim, as soluções de conflito passam a ter um acompanhamento institucional mais próximo.
As principais tendências para o período de pós-pandemia se mostram associadas à manutenção e intensificação do processo de transformação digital que já se observa. O interessado em seguro deseja obter soluções e respostas online com a devida agilidade.
Nesse sentido, a utilização de plataformas dedicadas e aplicativos específicos, entre outros canais, complementa as adequações que as Corretoras de Seguros deverão implementar a fim de atender às novas demandas. Assim, capacidade de respostas rápidas e precisão nos dados se inserem como boas práticas necessárias.
Por sua vez, o crescimento do número de postos de trabalho em home office também reforça a demanda por tecnologia na atividade de corretagem de seguros. Ao mesmo tempo, todo o processo envolvendo o interessado, a Corretora e as Seguradoras serão beneficiadas com mais agilidade e produtividade.
Outra tendência já apontada é a forte expectativa por personalização dos produtos e serviços que o interessado em seguros deseja adquirir. Dessa forma, por exemplo, uma Corretora precisa estar atenta para dispor de diferenciais no seu processo de atendimento porque o mercado vai exigir tratamento personalizado.
Como você pode ver, acompanhar as mudanças no Mercado de Seguros no Brasil é importante para conseguir se adequar em tempo hábil à dinâmica das transformações observadas no perfil dos consumidores. Ao mesmo tempo, considere também o aprimoramento do perfil do Corretor de Seguros.
Agora que você conheceu as principais tendências do Mercado de Seguros no Brasil, entenda os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para as Corretoras de Seguros.